domingo, 27 de fevereiro de 2011

Entre o céu e o inferno

Violins

É o lugar que achei entre o céu e o inferno
É o lugar que achei entre o céu e o inferno
Pra quem ficou perdido entre o bem e mal
Pra quem mentiu e também foi sincero
Pra quem brilhou e depois morreu sem sal
Pra quem brincou e também foi austero
E eu posso inventar a missa louvar o acaso e absurdo
Em noites que te chamei sem ouvir respostas
Enquanto o mundo te cobra sempre um futuro
A lama e a gloria são a mesma bosta
É pra você que eu vivo o deus do claro e o escuro
Com coração de rua com as mãos imundas
Mas sou teu sem culpa
Circulando como ácido num cano aberto e frágil
Das veias que te enforcam num golpe tão discreto
É o meu glorioso grito pra encenar um plágio
Como se eu fosse um gênio
Como se isso fosse fácil
É o lugar que achei entre o céu o inferno
Pra quem chorou caído e quem venceu cansado
Pra quem pariu um filho ou quem se fez sozinho
Pra quem pensou no outro e quem roubou o estado
Pra quem bateu na cara e depois deu carinho
E eu posso celebrar a missa num canto sujo desse mundo
Em dias que te chamei sem ouvir resposta
Se todo mundo te cobra sempre uma postura
Os homens e os deuses são a mesma aposta
É pra você que eu vivo o deus do claro e o escuro
Um coração de rua com as mãos imundas
Mas sou teu sem culpa

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